Das coisas que mais se ouvem após os atentados nos inúmeros comentários durante as mais do que inúmeros horas de emissão dos canais informativos é que o principal objectivo dos extremistas era o instalar o medo e afectar o modo de vida ocidental.
Senti por duas vezes o que queriam dizer com isto...a primeira quando este ano fui correr a 1/2 maratona de Lisboa...Uma amiga uns meses antes da prova dizia à mesa do café que havia um vídeo a circular sobre o objectivo dos extremistas em reconquistar a Península Ibérica, o al andaluz, e que afirmavam que iriam atacar de modo diferente o nosso cantinho...e falou-se nas pontes...e por causa desses comentários volta e meia pensava naquilo e como a 1/2 maratona com aquela concentração enorme de pessoas em cima da ponte enquadrava bem naquela coisa do fazer diferente...no dia da prova dei comigo de repente a querer sair dali para fora, só pensar em chegar ao fim da ponte e claro está que não usufrui como das outras vezes aquele momento, aquela paisagem...e pronto ponto para eles...
A coisa passou-se, vieram mais atentados, a coisa chega já a ser banal quando nunca o poderá ser e eu vivo a minha vidinha sem pensar muito nisso até ontem...em que de repente no meio do areal ouço falar árabe e de repente dou comigo a levantar a cabeça em modo alerta e no segundo seguinte senti-me envergonhada...estúpida, etc, etc...era apenas uma familia a usufruir de um belo dia de praia como eu...e assim se percebe nestas pequenas coisas como afinal o objectivo foi cumprido...
O meu avô era pé descalço, a floresta calçou-o a ele e aos irmãos, e a tantos outros que como ele nasceram em Góis. A floresta deu ao meu avô futuro, deu casa, matou a fome e permitiu-lhe mais importante que isso, dar futuro à sua familia, pôr pão na mesa... A floresta deu-nos o futuro. O meu avô e os meus tios são madeireiros. Plantam, cortam e vendem. E cuidam...cuidam todos os anos, dia após dia, chegando ao Verão não só cuidam como protegem...por lá revezam-se andando pela serra em vigia não vá um maluco ter qualquer ideia...
Na nossa família temos muitas histórias com o fogo a mais contada foi quando o avô em tempos de Salazar foi preso por combater o fogo com contrafogo...tantas...mas tantas histórias...
Por isso ontem quando por aqui os bombeiros fizeram o apelo por água, barras e fruta fez todo o sentido que os ajudássemos...
Por aqui corre-se, a corrida trouxe-me muita coisa, mas principalmente trouxe pessoas, pessoas boas, pessoas que num instante, o instante que é uma troca de msg no whatsapp e o colocar um post no facebook se mobilizaram e apareceram no treino semanal com águas e tudo o que pedimos...e foi assim que ontem fomos mais de uma mão cheia de carros levar águas e barras de cereais aos bombeiros daqui...e isso encheu-me o coração, porque esta gente é mais do que para correr é para ser...
Ontem depois de entregarmos as coisas chorei ao lembrar-me do meu avô e de como sei que sofre com tudo isto que se está a passar, sofre ainda mais por a idade já não lhe permitir ajudar, estar lá nem que seja para dar água aos bombeiros...
Começas o dia a pensar na noite. Manhã molenga própria dos namoros longos com a tua cama, com as tuas almofadas, deixas te estar, hoje queres estar apesar do corpo te ter acordado às 7h queres estar e estás de namoro contigo própria e com a tua cama. Levantas te dás bom dia ao rio e decides namorar com a tua casa, arrumações que gostas de fazer quando gostas e não quando precisas, assim se vive cá em casa...Tarde. Praia. Corpo a saber a sal como tu tanto gostas. Fim de tarde já do outro lado mas sempre com o Tejo como pano de fundo, mais um treino com o Correr Lisboa. Vês as gaivotas ali mesmo e deixas te ir...perdes-te entre a tua passada e as ondas do Tejo...e entras em automático.. Quarto tempo, este, em que pões em perspectiva as coisas e pensas simples mas bom, simples mas bom...
Caminhar de manhã. Praia de tarde e saída noturna com a amiga. Não.
Férias também é cabeça no ar, também são planos furados, também é mudar o fio à meada que anda solta.
E isto quer dizer enganos e desenganos.
As amigas que pipis estacionam o carro no parque para apanhar não o iate mas o barco para a outra margem. A amiga que em modo férias se esquece do passe e como forretas que somos não vamos pagar 7 euros para ir a Lisboa num dia quando o passe para um mês são 30 euros. (Aluadas mas não tanto). Paga-se parque de 10 min. Sim, vai se até à estação passear o carro. E logo ali redefinem-se os planos. Jantar fora. Bora lá. Tasca nova para experimentar. Pedir à la gardene e depois no final contar os tostões que é como quem diz as moedas só porque com a crise veio também os restaurante sem multibanco e com ela os assaltos às caixas...quase que temos de andar um km para levantar dinheiro. A crise é que tem a culpa. A crise e a nossa preguiça. Acabar no ponto de encontro do treino aquele que faltámos para ir vadiar. E ao qual acabámos por ir, não para correr, os saltos não permitiram mas para abraçar os tios chegados de Angola.
Dia de cumprir planos. De não ceder à inércia. Dia de fio de prumo, de linha recta. Dia de sofrer mas cumprir, e no final dizer foi bom. É sempre bom fazer para nós e por nós. Fazer para nós e por nós. Gostei...
O dia 1. O dia 1 acaba com o pôr do sol...o meu pôr do sol visto da varanda da casa que escolhi para mim ou que me escolheu a mim. É o dia da largada, da fugida, da partida, do tiro ao alto, diz que é o começo de tudo...eu digo apenas que foi bom, foi como se quer, sereno, solarengo, salgado, molengo...e voltar sempre a casa...
Julho passou-se entre muito calor e muito frio, o frio próprio das dúvidas de quem as tem, e de quem por incrível que pareça as quer ter. Julho passou-se de uma forma estranha de quem está a aprender a viver assim...como escolheu viver...engraçado esta coisa de nos habituarmos às decisões que tomámos conscientemente, o corpo e a cabeça a adaptarem-se às novas cores da vida, cores essas que ainda vamos pintando mas que vão começando a ficar cada vez mais definidas porém não definitivas. Agosto começa amanhã e com ele um maravilhoso mundo novo de pintado de branco essa cor carregada de esperança...
Não é do estilo de filme que eu goste mais, mas o puto adora e lá fomos nós. Tirando as vezes que virei a cara, tipo antes que o sangue me espirre em cima, tal a quantidade de miolos e sangue pelos ares, é um bom filme de entretenimento que é o que se quer.
Ontem, pegámos em nós, e fomos ao Casino do Estoril ver Falta Aqui Qualquer Coisa, uma produção ArtFeist (sim, dos irmãos Feist).
Aproveitámos e matámos saudades da Marginal à noite e voltámos a jogar nas máquinas como fazíamos nos nossos tempos áureos quando quase todas as noites íamos a qualquer lado, sendo que a 5ªf estava reservada para o casino e os seus concertos de verão.
As máquinas já não são a dinheiro (uma pena, adorava o som das moedas a cair), eu como forreta que era e que sou, tive de adaptar a estratégia, se antes, guardava sempre metade das moedas que ganhava até perfazer os 5 euros que tinha gasto, (sim, nunca saí de lá a perder dinheiro, o que saiu tinha de entrar), ontem, foi ver-me a controlar os créditos no painel. De resto, tudo igual as velhas bem vestidas, os homens vidrados, e depois as parolas como nós que fazemos daquilo um divertimento tragico-cómico, e que vibramos quando ganhamos 50 cêntimos como se nos tivesse saído o euromilhões. UH! UH!
Voltando ao que fomos, ao espectáculo...
Bom, bem bom, daqueles que nos deixam agradavelmente surpreendida, que conseguem agarrar pessoas como eu que não acha piada a qualquer coisa, e que se aborrece com facilidade. O terem-me deixado sempre alerta à espera da próxima é um bom indicativo.
Não demos pelo tempo a passar...e rimos, rimos muito! E só malta muito inteligente, e com uma capacidade de reacção incrível é que consegue durante quase 2h não deixar " a peteca cair" e estar ali no improviso sempre a bombar.
Bom, também foi ver que estes irmãos, os Feist não têm cagança nenhuma, que são gente do trabalho e para o trabalho, que espectáculo tanto é ser a estrela da noite num dia, como mestre de sala noutro. Quem nos acompanhou aos lugares e verificou os nossos bilhetes à entrada foi o Nuno Feist, e a mim isso diz-me muito e acrescenta à admiração que tenho pelo artista, a admiração que tenho pelo homem (que rico depoimento nos deu no Alta Definição).
Portanto se puderem, não percam o Falta Aqui Qualquer Coisa, a última sessão é já na próxima 2ªf às 22h no Casino do Estoril.
Não é, aliás eu própria demorei imenso tempo a ver isso, imbuída do preconceito típico da menina nascida em Lisboa e filha de alfacinha de gema. Lisboa é que era, ainda é, é certo, mas hoje fruto de um "abrir de olhos" o Barreiro também é...
Se há uns anos, iríamos almoçar a Lisboa perante uma data especial, este ano eu e as miúdas fomos almoçar aqui. Chegámos bem cedo, hora de abertura e nós lá, meio dia em ponto, já que todas as noites quando passo por lá nas minhas corridas vejo a quantidade de gente à espera de vez sentada junto ao rio.
Bom, barato e agradável, a Hamburgueria Fidalgo, junto aos passadições, com preços que rondam os 2,95 (Menu Kids) e os 5, 45 Hambuguer com pão Caco, é uma boa opção por cá...